Às vésperas do nosso casamento, Alexandre Varela e eu participamos de um curso de noivos na nossa paróquia. Havia cerca de 50 casais e, com tristeza, constatamos que muitos deles estavam caminhando rumo a um matrimônio inválido.
Durante uma das dinâmicas propostas (argh!) muitos noivos não tiveram o menor pudor em revelar que:
- não acreditavam na indissolubilidade do matrimônio;
- não estavam dispostos a receber os filhos que o Senhor desejasse lhes enviar;
- não pretendiam educar os filhos na fé católica (“Ah, quando meu filho crescer, ele é quem escolherá a própria religião”).
O mais deprimente de tudo foi notar a irritante e indesculpável passividade dos organizadores do curso – casais do ECC – diante dessas declarações. Não houve o menor esforço em esclarecer os noivos que esses pontos não são facultativos, mas constituem o fundamento de um matrimônio católico. Se um ou ambos ou noivos não creem sinceramente neste sagrado tripé – indissolubilidade, sexualidade fecunda, educação dos filhos na fé da Igreja – seu casamento, para Deus, é simplesmente NULO.
Diante de casais de noivos que mostram intenções absolutamente inconciliáveis com a fé católica, a única atitude adequada é informá-los, com muita caridade, que a sua postura invalida o casamento na Igreja. Querem um casamento pagão? Que vão se juntar em outras bandas!
Se os responsáveis pela pastoral do casamento tivessem a coragem de aplicar a doutrina da Igreja nesses casos - ou seja, negar o sacramento àqueles que não têm a mínima condição de recebê-lo - não haveria tantos pedidos de reconhecimento de nulidade do matrimônio nos tribunais eclesiásticos. Porém, não são poucos os que sofrem de covardia crônica: para não contrariar nem causar qualquer constrangimento aos pombinhos de mentalidade pagã, deixam as orientações da Igreja de lado. Preferem mil vezes desagradar a Cristo a desagradar aos homens.
Assim, sob a vista grossa de todos, os noivinhos seguem em frente com seu teatrinho hipócrita: na cerimônia religiosa, prometem tudo, dizem que terão 200 filhos, que ficarão juntos forévis, que os seus guris vão ser todos coroinhas... O celebrante finge que acredita, eles fingem que são piedosos, a plateia aplaude, a cortina se fecha, as luzes se apagam e... O Senhor fica sozinho, no sacrário. Os noivos se recusam a levá-Lo consigo, pois não querem que Ele se meta em suas vidinhas.
Fica um apelo a todos os responsáveis pela pastoral do casamento, sacerdotes, diáconos ou leigos: não deixem que os nossos templos sejam utilizados como palco para a simulação de uniões sabidamente inválidas.
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Quem dera se todas as pessoas que pedem para se casar na Santa Igreja fossem radicalmente honestas, a exemplo do noivo do vídeo aí abaixo. Assim, muitos casamentos, nulos desde o princípio, não se realizariam!
Comentários
Gostaria de saber uma coisa: eu e meu namorado consideramos o casamento indissolúvel e pra nós seria o fim do mundo um filho (a) não católico, considerando que faremos de tudo para que está criança entenda a grandeza e maravilha que é ser católico.
O problema reside justamente na questão dos filhos. Temos grande resistência à questão de família muito numerosa, porque é extremamente irresponsável colocar crianças no mundo sem que elas tenham o que comer (e nós dois ganhamos relativamente pouco, daí a preocupação).
O problema não é padrão de vida, é passar os apertos que já passamos, acrescidos do medo e da culpa de não poder dar comida para os filhos. Isso tornaria o casamento inválido? Obrigada desde já
Sim, seu casamento seria nulo, porque, no momento em que o padre lhes perguntar, diante de Deus: "Estais dispostos a receber os filhos que Deus lhes enviar?", você teriam que MENTIR na cerimônia de casamento, e mentir para Deus.
Fernanda, na vida tudo muda muito rapidamente. Já vi gente que um dia foi milionária e que hoje foi fotografado dormindo em cima de uma caixa de pizza nas ruas de NY. E já vi gente muito pobre virar muito rico.
Você e seu namorado hoje têm pouco dinheiro, mas isso não significa que, amanhã, Deus não proverá o dinheiro necessário para que vocês sustentem uma família numerosa. Tenha fé em Cristo, Ele provê.
Ademais, se um casal católico vê que está realmente em apuros financeiros graves, ele pode usar métodos naturais - muito eficientes - para espaçar a vinda de filhos.
Veja os links abaixo:
http://ocatequista.com.br/blog/item/15858-o-filho-unico-faz-parte-da-cultura-destrutiva-do-bem-estar-diz-o-papa-francisco
http://ocatequista.com.br/catequese-sem-sono/item/17177-camisinha-e-pilula-que-nada-conheca-o-metodo-billings?highlight=WyJjYW1pc2luaGEiXQ==
Abraço!
O religioso tem suas regras e normas tb de seu "local", casamento religioso é uma OPÇÃO fundada em preceitos da religião que se segue. A igreja Católica tem sua doutrina, e por opção de quem a segue PODE casar na igreja, é uma faculdade, não uma imposição. Quem não crê naquela doutrina não existe o menor sentido em casar no seu rito, na sua igreja, faça a cerimonia Civil cheia de pompas e seja feliz.
A igreja não proíbe aqueles que são incrédulos de casarem nela, mas se tivessem o bom senso não o fariam pq perde todo o sentido do sacramento, e se elas não seguem a doutrina tanto faz onde é realizado, não é mesmo? E casamento não deve ser para agradar a outros, concorda?
Católico de verdade se atem a liturgia e acha ela tão linda que não pensa em mudar uma vírgula
Minha mãe é divorciada há 13 anos e vive a castidade como manda a Igreja. Dificil? Sim. Mas ela faz por amor a Deus e não se arrepende. Já meu pai, com todo amor e respeito que o tenho, já está no terceiro casamento ... Enfim tenho testemunhos que viver na graça e na obediência tem sim suas vantagens
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